José Antonio Moreto

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José Antonio Moreto
Perfil do Artista

José Antonio Moreto

José Antonio Moretto: MANLIO MORETTO(1917)
Nasceu em São Paulo, São Paulo;
Brasil Está no sangue de Manlio Moretto a vocação para a arte, trazida por seus pais, quando da Itália vieram para o Brasil, há mais de um século. Bem cedo, aos 11 anos de idade, essa inclinação para a arte se manifesta de forma brutal, valendo-lhe nota zero na disciplina de Geografia do curso ginasial. A tarefa era desenhar o mapa do Brasil. O mestre, ao ver a qualidade do desenho de Manlio, não acreditou que tivesse sido ele o autor do trabalho e desclassificou-o com nota zero. Aos 17 anos de idade, folheia uma revista e encontra um pequeno quadro em preto e branco, Bodas de Ouro de Arturo Ricci. Seduzido pela beleza do que vê, amplia e transforma o desenho num quadro em cores.Anos mais tarde, ao cursar engenharia na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, aprende perspectiva na cadeira de Desenho Arquitetônico com Prestes Maia, que passa a ser seu único mestre. Entretanto, já conhecia Edgard Oehlmeyer, tido por muitos como um dos maiores pintores brasileiros de todos os tempos. Oehlmeyer entra na vida de Moretto de forma puramente casual: namorava e mais tarde veio a casar com uma amiga de sua futura concunhada. Os temperamentos de Moretto e Oehlmeyer eram completamente diferentes, mas tinham em comum a amizade e a profunda paixão pelos ideais artísticos que compartilhavam. Já casados, Moretto e Oehlmeyer passaram a viajar juntos nas férias, procurando recantos paisagísticos por este vasto Brasil. Foi assim que vieram a conhecer locais como: Parati, São Luiz do Paraitinga, Ouro Preto, Salvador, Itaparica e muitos outros. Nessas incursões por lugares remotos, hospedavam-se nas pensões mais humildes que encontravam a comodidade e o conforto atrapalhavam-lhes os objetivos.
A profissão de engenheiro era a outra metade da vida de Moretto. Recém-ingresso na antiga Light, especializou-se em hidrologia e viu-se obrigado a constantes viagens pelo país. Delineia-se nele, nesse momento, a genuína vocação de paisagista, transformando o trabalho de engenheiro em verdadeiro prazer, dando asas à sua imaginação de artista.
Os anos passam-se, as viagens sucedem-se e, sem se aperceber, Manlio pinta o Brasil: mais de uma centena de cidades retratadas, abrangendo mais de mil localidades diferentes.Falecido precocemente Oehlmeyer, seu constante companheiro de viagens, Moretto continua percorrendo sozinho novos espaços. Devido à sua figura despojada de viajante solitário, passa por situações inusitadas, chegando a ser considerado até mesmo espião russo…Hoje, nonagenário e após meio século de viagens, alimenta ainda na alma a vontade e a esperança de revisitar lugares do passado. O peso dos anos, porém, já não lhe permite locomover-se com a facilidade de outrora. As viagens limitam-se, então, ao sonho que se transforma na realidade das obras criadas no seu atelier.
A arte de Manlio Moretto não deve ser vista sob determinado aspecto, mas em vários: histórico, arquitetônico, romântico e iconográfico. Ao contrário do que muitos imaginam nada tem a ver com Debret ou Rugendas, que estiveram no Brasil para retratar os costumes das gentes nativas. Moretto não teve a intenção de pintar o Brasil, embora, com o decorrer dos anos, acabe constatando que o tenha feito. Outro aspecto é o resgate de memória, quando retrata um Brasil que ostensivamente vai desaparecendo. Muitos dos lugares por ele registrados não mais existem, pelo menos com a forma que tinham quando do seu registro. A transmissão do Belo, em Manlio Moretto, faz-se sentir nas cores quentes que emprega e, em alguns casos, nas nuances de um só tom, o que faz com que muitos enalteçam a poesia que imprime ao realismo. A Sociarte (Sociedade dos Amigos da Arte de São Paulo), ao aperceber-se deste romantismo, elege-o como O Mestre do Paisagismo Brasileiro.
Manlio Moretto assume em sua obra uma atitude de responsabilidade total perante a arte rejeitando cópias e o emprego da máquina fotográfica. Sua expressão romântica reveste-se de uma sensação única de paz.