Luiz Castañón
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São Paulo (? – ?)
Cultivando a aquarela com grande fervor cromático e os momentos necessários à sua evolução, as cores de Luís Castañón afloram com um frescor dionisíaco e se distribuem em alegres acordes complementares.
A exemplo de Paul Klee, para dominar sobre a superfície plana a intensidade da cor pura na aquarela, o artista adota um sistema de regulagem do toque que lembra o método dos neoimpressionistas, mas também a fragmentação dos mosaicos bizantinos.
Com o emprego da colagem, de técnicas mistas e a experimentação expressiva, a aquarela perdeu sua primazia na arte contemporânea. Entretanto, alguns artistas dela ainda retiram refinadas harmonias e ela permanece um meio infinitamente sutil para aqueles que se livram às pulsações do inconsciente ou tentam, por decantação, alcançar a estética oriental.
A composição de Luís Castañón é bem peculiar. Sua obra se desenvolve mais sob a pressão do inconsciente do que sob a influência da razão. O artista não trabalha por dedução intelectual, sua aquarela procede de uma contemplação interior e não imita o aspecto exterior dos objetos, mas transpõe segundo sua sintaxe cubista os elementos genéricos que os constituem, que marcam sua estrutura e sua função.
Na obra “Composição com cabeças dominantes”, doada ao Acervo de Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a passagem para a abstração não é sistemática e suas alusões figurativas intervêm nas alternâncias cromáticas. O ritmo da composição surge através do movimento que as cores criam por meio das pequenas pirâmides geométricas entre as quais aparecem as silhuetas de “duas cabeças dominantes”.
O artista
Luís Castañón, pseudônimo artístico de Luís Carlos Castanon Cesário, nasceu em São Paulo, em 1954. Obteve licenciatura em artes plásticas pela Faculdade Montessori FAMEC, realizou diversos cursos de aperfeiçoamento de arte no Brasil e nos Estados Unidos. Foi professor de artes visuais na Faculdade Montessori, na Casa do Restaurador e coordenador da Oficina Cultural Oswald de Andrade, entre outros. Artista plástico, arte-educador, é membro e diretor da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo (Apap).
Realizou inúmeras exposições individuais, destacando-se entre elas: “G+1”, Espaço Cultural Café Maravilha, SP (1985); “Cores e Formas”, Galeria Blue Life, SP (1988); Inch by Inch Espaço Cultural, Portugal; Torres Bárbara Galeria de Arte, Portugal (1994); Associação Cultural Convívio, Guimarães, Portugal; Galeria 5, Coimbra, Portugal (1995); Livraria Cultura, SP (1999); III Semana Cultura, Galeria Espaço Montessori, Faculdade Montessori, SP; Galeria Casa das Artes, SP (2000).
Participou também de diversas exposições coletivas: Solar Benedita Nogueira Centro Cultural, Araras, SP (1981); I Mostra de Arte do Cambucí, SP (1982); Espaço Cultural Biblioteca Mário de Andrade, SP (1983); “Coletiva de Novos”, Galeria Chelsea, SP (1986); Arte e Ofício Galeria de Arte, SP (1988); “Arte Contemporânea”, Museu de Arte de Contemporânea, MAC, Campinas, SP; Ápice Galeria de Arte, Jundiaí, SP (1990); “Arte Trade International”, Feira de Arte Contemporânea, Coimbra, Portugal; Galeria 245, Porto, Portugal; Casino de Espinho, Portugal; Feira Internacional de Artes Plásticas, FIAC, Porto, Portugal (1993); Galeria Torre do Anto, Coimbra, Portugal (1994); I Exposição de Arte da Fundação AMI, Porto, Portugal; Belo-Belo Galeria Arte, Braga, Portugal (1995); Espaço Cultural do Palácio Rio Branco, Campos do Jordão, SP (1996); “Arte na Lata”, Projeto Multimídia Rede Globo, SP (1998); “Aquarela 2000 ” Às Portas do Milênio”, Museu de Arte Contemporânea, Americana, SP (2000); I Quadrienal Internacional de Aquarela, Espaço Eugenie Villen, Faculdade Santa Marcelina, SP (2003); “Uma Viagem de 450 Anos”, SESC Pompéia, SP (2004); “O olhar fotográfico do artista sobre São Paulo, 450 anos”, A Hebraica, SP; “Passaporte Destino Brasil”, A Hebraica, SP; “Pequenas Grandes Obras”, Pinacoteca Municipal de Atibaia, SP (2004).
Está catalogado, entre outros, no Anuário Brasileiro de Artes Plásticas Consulte 2004; Arte e Artistas, Casa do Restaurador 2002/2003; Artes Plásticas Brasil, de Julio Louzada 2000. Suas obras encontram-se em diversas coleções particulares e oficiais, no Brasil e em Portugal, notadamente no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.