Manezinho Araújo
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Manezinho Araújo
Manuel Pereira de Araújo, conhecido como Manezinho Araújo, (Cabo de Santo Agostinho, 27 de setembro de 1913 — São Paulo, 23 de maio de 1993) foi um cantor, compositor, jornalista e pintor brasileiro.
Biografia
Era filho de José Brasilino de Araújo, um funcionário da Great Western of Brazil Railway, e de Joventina Pereira de Araújo; apesar de nascido em Cabo, passou a infância no Recife, morando com os pais no bairro da Casa Amarela; nesta cidade e ainda jovem conheceu o cantor de emboladas Minona Carneiro, de quem aprendeu a música da qual foi um dos grandes divulgadores e intérprete.
Ingresso no exército em 1930, toma parte no Golpe Militar daquele ano e, junto a um batalhão, invade a Bahia e constatam que o governo local já havia se rendido e os militares tomado ao poder; ainda assim recebe como recompensa a promoção a sargento e uma viagem ao Rio de Janeiro onde, após algum tempo, vê-se compelido a se apresentar em cabarés para não passar fome.
Na então capital do país ele passa a se apresentar nas emissoras de rádio, vindo a ser contratado da Rádio Mayrink Veiga, onde cantava de segunda a sexta-feira, além de excursionar por vários estados do país, recebendo então o apelido de “Rei da Embolada”; também gravou jingles de produtos como “Lifebuoy” e “Óleo de Peroba”.
Casado com Alaíde, conhecida como Dona Lalá, com ela monta um restaurante denominado “O Cabeça Chata”, onde se apresentava aos fregueses dentre os quais personalidades nacionais e estrangeiras como Edith Piaf, Yul Brynner, Carmen Miranda ou Rachel de Queiroz.
Entre a década de 1930 e a de 1950 gravou mais de cinquenta discos em 78 rotações e quatro LPs em gravadoras como a Odeon Records da qual foi contratado por oito anos, além de ter suas composições gravadas por vários cantores do país.
Mudando-se para a capital paulista assinou contrato com a Rádio Record; além da música figurou em muitos filmes e em mais de vinte cinejornais da Atlântida Cinematográfica; teve seu maior sucesso musical com a gravação de “Dezessete e Setecentos”, composta por Luiz Gonzaga e Miguel Lima, em 1945.
Na imprensa colaborou em jornais radiofônicos e com uma coluna na Revista do Rádio; em 1954 decidiu encerrar a carreira musical, e fez um show de despedida no Tijuca Tênis Clube; mas em começo da década de 1960, após dizer à esposa que era capaz de pintar melhor do que o quadro de um artista inglês que esta adquirira, e ela tê-lo desafiado a fazê-lo, começou a pintar de modo totalmente empírico, inicialmente com guache e depois a óleo, num estilo classificado como “primitivo puro”, realizando trabalhos que evocavam paisagens da infância à maturidade, retratando imagens do Nordeste como marinhas, palafitas, baianas — vindo a ser consagrado no estilo e a se tornar um dos mais conceituados no país; realizou mais de trinta exposições, tendo duas de suas obras expostas no acervo da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa